MADRID 2 de outubro. (EUROPA PRESS) –
As cooperativas hortofrutícolas da Espanha, França, Itália e Portugal pediram às suas administrações que rejeitem a proposta de reforma da PAC apresentada pela Comissão Europeia e exigiram um apoio “firme e comum” em favor das Organizações de Produtores de Frutas e Hortaliças (OPFH).
Durante a reunião realizada hoje na Fruit Attraction de Madrid, com a participação de delegações governamentais e organizações dos quatro países, o presidente do conselho setorial de Frutas e Hortaliças das Cooperativas Agro-alimentares da Espanha, Juan Antonio González, alertou que a reforma proposta representa “uma PAC menos comum, mais renacionalizada e com um orçamento menor”.
González afirmou que o texto comunitário “simplifica a vida das instituições, mas complica a das administrações nacionais e a dos agricultores” e instou às administrações a atuar com firmeza diante da Comissão e no seio do Conselho.
O setor valorizou positivamente a manutenção da ajuda finalista por meio de programas operativos cofinanciados com base na faturação das OPFH. No entanto, alertou para duas mudanças que enfraqueceriam o sistema: a supressão de um orçamento próprio e aberto para o setor hortofrutícola e a cessão total da subsidiariedade aos Estados membros.
“Isso geraria insegurança jurídica, frearia o investimento das OPFH e provocaria desigualdades entre produtores de diferentes países, rompendo o mercado único”, afirmaram os representantes cooperativos.
Além disso, no contexto da tramitação da reforma do Acordo UE-Marrocos para adequá-lo a sentenças do Tribunal de Justiça sobre o Saara Ocidental, as cooperativas rejeitaram “energeticamente” a iniciativa comunitária, considerando-a “contrária ao direito internacional, pouco transparente e muito prejudicial” aos interesses europeus.
O encontro também serviu para compartilhar as conclusões dos grupos de contato setoriais realizados em 2025 sobre tomates, morangos, alhos, pêssegos e nectarinas, maçãs e peras, cítricos, uva de mesa, produtos de quarta gama e questões fitossanitárias.
Adicionalmente, denunciaram a “situação insustentável” dos produtores pela falta de meios fitossanitários para enfrentar pragas e doenças, exigindo acelerar a aprovação de novas substâncias ativas na UE, automatizar o reconhecimento mútuo entre Estados membros e exigir cláusulas espelho nos acordos comerciais com terceiros países.
Por fim, as cooperativas hortofrutícolas da Espanha, França, Itália e Portugal concordaram que o futuro do setor depende de um marco comunitário “forte, comum e com instrumentos eficazes” para enfrentar os desafios e aumentar sua competitividade.
