O ChatGPT começará a incorporar aplicações diretamente nas conversas, possibilitando o uso de outros serviços sem precisar sair do chat com o assistente inteligente, permitindo interações diretas para acessar funcionalidades de terceiros.
A novidade foi anunciada durante a conferência de desenvolvedores da OpenAI, onde foram apresentadas as primeiras integrações. A partir da próxima segunda-feira, será viável interagir com essas aplicações via ChatGPT. Os primeiros exemplos dessa integração incluem Booking.com, Expedia, Spotify, Figma, Coursera, Zillow e Canva, e mais opções devem surgir em breve.
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Um dos exemplos mencionados pela OpenAI foi o da Uber. A intenção é que o uso dessas aplicações integradas no ChatGPT seja cada vez mais simplificado, permitindo que o usuário faça login diretamente em sua conta de outra aplicação a partir do ChatGPT. Ao solicitar um serviço, quando o usuário digita o nome da aplicação, será necessária a autenticação para que a integração seja ativada.
“Queremos que o ChatGPT seja um meio para que as pessoas avancem, se tornem mais produtivas, mais criativas, aprendam rapidamente e façam tudo que pretendem melhorar em suas vidas”, destacou o cofundador e CEO da OpenAI durante a apresentação da novidade.
Essa nova integração de aplicativos proporcionará “uma nova geração de aplicações interativas, adaptáveis e personalizadas, com as quais se pode dialogar”, acrescentou.
Esta é uma novidade não só para os usuários, mas também representa uma oportunidade para desenvolvedores, que passam a contar com mais uma forma de conectar suas aplicações a usuários finais. Um preview do kit de desenvolvimento (SDK) Apps será disponibilizado, permitindo que mais aplicações se integrem diretamente ao ChatGPT, além das que já estão previstas. A empresa também anunciou para em breve o lançamento de diretrizes sobre como monetizar essa integração com o ChatGPT.
Esta não é a primeira iniciativa da OpenAI para criar um ecossistema de aplicações em torno do ChatGPT. Já existia a GPT Store, mas a grande novidade está no nível de integração que as aplicações terão com a tecnologia da empresa. Na GPT Store, as aplicações de parceiros funcionavam de forma autônoma, enquanto a nova proposta visa utilizar o ChatGPT para responder em nome das aplicações integradas.
Veja exemplos da integração de apps no ChatGPT
Exemplos concretos de como tudo funcionará foram apresentados: será possível usar os recursos da plataforma Coursera diretamente no ChatGPT com perguntas como: “Coursera, podes ensinar-me algo sobre machine learning?”. Também será possível criar e ouvir listas de reprodução no Spotify apenas digitando no ChatGPT: “Spotify, cria uma lista de reprodução para a minha festa esta sexta-feira”. Os usuários também poderão receber recomendações de músicas via ChatGPT com base no humor, tema ou assunto.
Com a aplicação imobiliária Zillow, a OpenAI demonstrou que é viável solicitar ao ChatGPT a pesquisa de apartamentos na área desejada e dentro de uma faixa de preço, recebendo um mapa interativo com as opções disponíveis.
A OpenAI revelou que essas mudanças foram viabilizadas através do Model Context Protocol (MCP), que permite aos desenvolvedores conectar suas fontes de dados a um sistema de IA. Os resultados dessa integração podem variar em abrangência, com algumas aplicações podendo exibir vídeos no ChatGPT, que aparecerão na parte superior da página e serão ajustados conforme a evolução da conversa com os usuários.
Na mesma conferência, Sam Altman prometeu, em um encontro com jornalistas, que a OpenAI quer focar mais no setor empresarial e em produtos que atendam diversas indústrias, conforme relatado pela Reuters. Essa integração de aplicativos também será aplicada em ferramentas de uso profissional. No comunicado divulgado pela empresa, a integração das primeiras aplicações empresariais no ChatGPT está prevista para o final do ano. O lançamento de um novo kit para o desenvolvimento de agentes de IA, o AgentKit, também é um indicativo de atenção a este mercado.
A privacidade e a quantidade de informações pessoais que podem surgir dessas integrações também foram discutidas, com todos os participantes garantindo que os dados pessoais envolvidos nas integrações são mínimos e que as parcerias com a OpenAI não abrem espaço para o uso dos dados de clientela no treinamento de seus modelos de IA.
