A oposição de Portugal questiona Montenegro pela sua demora em responder à Procuradoria sobre os negócios da sua família

A oposição de Portugal questiona Montenegro pela sua demora em responder à Procuradoria sobre os negócios da sua família

MADRID 8 de outubro. (EUROPA PRESS) –

As forças da oposição questionaram nesta quarta-feira o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, sobre o seu atraso em responder às solicitações de informação da Fiscalização sobre a Spinumviva, o caso da empresa familiar que já provocou a queda do seu governo após não superar uma moção de confiança em março.

A reação da oposição decorre de uma informação publicada pela cadeia pública RTP sobre a falta de documentação fiscal, de faturação e informação bancária relativa a esta empresa que a Fiscalização solicitou sem receber resposta de um Montenegro que, na terça-feira, denunciou “manobras turvas” de alguns fiscais.

Os fiscais solicitaram a abertura de uma investigação preliminar ao primeiro-ministro para aceder a uma série de informações bancárias e fiscais que, de outro modo, não seriam possíveis. Uma reclamação que Montenegro recebeu com “assombro” e “até indignação”, segundo afirmou, embora diga estar muito tranquilo.

Os partidos mais à esquerda do Parlamento duvidam desta “indignação” demonstrada por Montenegro e o criticaram por “não contar a mesma história do princípio ao fim”. Para os comunistas, ele deveria ter apresentado a sua demissão na altura para “salvaguardar” não apenas a sua imagem, mas também a do país.

“Ele compreendeu que não era assim, compreendeu que forçar as eleições, pensando que resolveriam o problema. Bom, algo que sempre alertamos que não resolveria nada. Era apenas uma questão de tempo até que este caso surgisse”, avaliou o secretário-geral dos comunistas portugueses, Paulo Raimundo.

O Partido Socialista se mostrou mais cauteloso. O seu líder, José Luís Carneiro, considera que “a seu tempo” o primeiro-ministro português “dará as explicações que considerar às autoridades” e pediu para deixar a Fiscalização a gerir. “A Justiça fará o seu trabalho”, afirmou.

Por outro lado, o líder da extrema-direita, André Ventura, acusou Montenegro de “frequentemente não enviar informações” que lhe são requeridas pelas autoridades. “Continuará sob suspeita, o que acabará sendo prejudicial para ele, mas a democracia também será suspensa sem poder aplicar a justiça”, apontou.

Mais uma vez, a Spinumviva se insinua em uma campanha eleitoral, desta vez a das eleições locais que se realizam neste domingo. Na primeira vez, nas legislativas de maio, a polêmica não teve custo para Montenegro, que conseguiu vencer claramente o Partido Socialista, cujo descalabro o colocou atrás do Chega e resultou na renúncia do então secretário-geral da formação, Pedro Nuno Santos.

Antes disso, Montenegro viu seu governo cair em menos de um ano após não conseguir superar na Assembleia Nacional um voto de confiança devido às suspeitas em torno do possível conflito de interesses relacionado a esses negócios familiares.

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