Os dicionários Collins selecionaram a expressão Vibe Coding como palavra do ano. Em um período em que a inteligência artificial assumiu um papel de destaque nas notícias, não é surpreendente que a palavra escolhida esteja relacionada ao tema. Vibe Coding refere-se ao ato de transformar instruções em linguagem natural em código de computador com o auxílio da inteligência artificial.
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O termo foi criado por Andrej Karpathy, um ex-diretor de IA na Tesla e co-fundador da OpenAI, que descreve o conceito como o uso de IA para desenvolver uma nova aplicação, sem a necessidade de se lembrar que, por trás disso, há código de software.
Esse é, de fato, um dos grandes avanços trazidos pela inteligência artificial generativa em termos de produtividade, pois possibilita que um grupo muito mais amplo de pessoas crie aplicações ou acelere esse processo mesmo aqueles que possuem conhecimentos técnicos para desenvolvê-lo “de forma tradicional”.
O termo apareceu pela primeira vez em fevereiro deste ano e, desde então, vem sendo cada vez mais utilizado, como a Collins constatou ao observar as evoluções linguísticas.
A Collins possui uma plataforma para monitorar a evolução da língua e as palavras que estão sendo adotadas e ganhando destaque a partir de diversas fontes. O Corpus Collins contém 24 bilhões de palavras que “refletem a língua em constante mudança”. A lista anual dos finalistas para a palavra do ano provém desse corpus, afirma a empresa.
Entre as 10 palavras ou expressões que competiram para a escolha da palavra do ano pela Collins em 2025, estavam outros termos ligados à tecnologia. Por exemplo, Clanker, uma expressão pejorativa para designar um computador, um robô ou uma ferramenta de IA. Usada pela primeira vez na série Star Wars, a expressão tem ganhado destaque na medida em que humanoides e IA generativa se tornam mais comuns. Outro exemplo é biohacking, que se refere a ações para modificar processos naturais do corpo, visando aumentar a longevidade e a saúde.
No ano passado, a Collins escolheu “brat” como palavra do ano, um termo popularizado pela cantora britânica Charli XCX, que representa a ideia de uma personalidade confiante e autônoma.
Em anos anteriores, a palavra do ano da Collins já destacou outros termos relacionados à tecnologia. O mais recente foi IA, a abreviatura para inteligência artificial, que foi escolhida em 2023.
Dois anos antes, em 2021, o termo mais destacado foi para os NFTs, os tokens não fungíveis, que na época começavam a se firmar como meio de certificar a autenticidade e propriedade de itens digitais.
A eleição de uma palavra do ano é uma prática comum entre diversas organizações na área linguística. O princípio é o mesmo: acompanhar a evolução de uma língua e as palavras que dominam a comunicação em um determinado período. Algumas dessas iniciativas analisam isso em uma escala global, enquanto outras têm um enfoque mais local.
Em Portugal, a Porto Editora possui uma iniciativa voltada à realidade portuguesa, que, como seria de esperar, não ignora as tendências globais. A lista das 10 candidatas à Palavra do Ano já está disponível e a votação também inclui um termo relacionado à IA, neste caso Agente (de IA).
A expressão destaca o uso crescente de agentes de IA em diversas aplicações e ferramentas, que vão desde serviços públicos a educação, saúde e comunicação. Confira aqui a lista completa e participe da votação.
