Observações em Marte aprimoram previsão da rota do cometa interestelar

Observações em Marte aprimoram previsão da rota do cometa interestelar

Desde a sua descoberta em julho, o cometa interestelar 3I/ATLAS tem atraído o interesse tanto da comunidade científica quanto do público, especialmente com o surgimento de teorias da conspiração nas redes sociais. Recentemente, dados obtidos por uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA) em Marte, juntamente com sinais de rádio detectados da Terra, confirmaram que se trata realmente de um cometa e ajudaram a mapear sua trajetória.

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A missão ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) já havia capturado imagens do “visitante” interestelar e, atrásra, os dados recolhidos permitiram aos cientistas calcular a rota do cometa com uma precisão dez vezes maior, conforme explica a ESA.

Na primeira semana de outubro, a missão marciana aproveitou a passagem do cometa por Marte para observá-lo sob um novo ângulo. Ao combinar os dados obtidos pela sonda com informações de observações de telescópios terrestres, os pesquisadores conseguiram aumentar a precisão de suas previsões.

Como indica a ESA, usar os dados da ExoMars TGO para aprimorar as previsões sobre a trajetória do cometa representou um desafio, especialmente porque o instrumento CaSSIS foi projetado para observar a superfície de Marte em alta resolução. Desta vez, os “olhos” do instrumento estavam voltados para o céu, tentando capturar o 3I/ATLAS a uma maior distância em um fundo repleto de estrelas.

A equipe do Centro de Coordenação de Objetos Próximos da Terra (NEOCC, na sigla em inglês) da ESA teve que considerar a localização espacial da missão, uma abordagem pouco comum, já que normalmente as observações da trajetória de cometas são realizadas a partir de telescópios terrestres fixos ou, em alguns casos, de telescópios espaciais como o Hubble ou o James Webb.

Novas evidências confirmam a origem natural do cometa, com um observatório na África do Sul detectando o primeiro sinal de rádio do 3I/ATLAS. Através do radiotelescópio MeerKAT, uma equipe de pesquisadores identificou um padrão consistente com a atividade típica de cometas, conforme reportado pela revista Wired.

Nas observações realizadas em 24 de outubro, cinco dias antes de o cometa atingir seu ponto mais próximo do Sol, o radiotelescópio detectou sinais provenientes de moléculas de hidroxilo (OH) no vapor liberado pelo gelo do cometa. Este fenômeno é comum em cometas que se aproximam do Sol, pois o calor faz com que parte do gelo se transforme em gás, liberando vapor e partículas para o espaço.

Os sinais detectados no 3I/ATLAS correspondem aos padrões já observados em outros cometas e em regiões do espaço onde se formam estrelas e nebulosas, afirmam os pesquisadores.

A missão JUICE (Jupiter Icy Moons Explorer) da ESA estará “de olho” no cometa até o dia 25 de novembro. Uma vez que a JUICE observará o 3I/ATLAS pouco depois de ele atingir o ponto mais próximo do Sol, é provável que tenha uma visão privilegiada do cometa em um estado de maior atividade, com uma nuvem brilhante de poeira e gás ao redor de seu núcleo e uma longa “cauda”.

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