O julgamento da Operação Marquês foi suspenso esta terça-feira, anunciou a juíza, para que José Sócrates possa arranjar um advogado após a dispensa do oficioso.
O principal arguido tem, assim, 20 dias para nomear um novo representante, ou seja, até 4 de dezembro.
Foram igualmente canceladas as audiências de 39 testemunhas.
José Sócrates, revelou a CNN Portugal, escreveu uma carta à juíza Susana Seca a contestar a forma como está a conduzir o julgamento após a renúncia do seu advogado Pedro Delille, que o representou nos últimos 11 anos.
Na carta, a que a TVI e a CNN Portugal tiveram acesso, o antigo primeiro-ministro requereu diligências urgentes para acabar com o que considerou ser um “lamentável e degradante espetáculo”. José Sócrates referia-se a “ver na televisão alguém que reclama” ser o seu advogado, aludindo ao oficioso atribuído pelo tribunal, sem que ele alguma vez “lhe tenha conferido qualquer mandato”.
Depois de ter sido notificado por carta registada da aceitação pelo tribunal da renúncia ao mandato por Pedro Delille, Sócrates recordou à juíza que tinha “um prazo de vinte dias para constituir novo mandatário”.
Após a renúncia de Pedro Delille, que representou José Sócrates nos últimos 11 anos, a juíza Susana Seca justificou a continuidade do julgamento com “o caráter urgente do processo”, recusando o pedido do defensor oficioso de lhe ser concedido um prazo de 48 horas para consultar os autos.
A Ordem dos Advogados contestou a decisão da magistrada, considerando que pode limitar as garantias essenciais da defesa em processos de grande complexidade.
