No discurso que encerrou a 14.ª Convenção Nacional do Bloco de Esquerda (BE), realizada hoje em Lisboa, José Manuel Pureza destacou a importância de construir um partido com “mais militância, mais bem organizada, mais escuta, mais democracia e melhor entrosamento com as lutas e os movimentos”.
O novo coordenador nacional do BE afirmou que o partido “precisa mesmo de mudar o funcionamento interno” para que a “participação militante que concretiza” a democracia formal que o partido tanto valoriza.
“Digo-vos o que penso, sem hesitações ou tibiezas: o Bloco precisa mesmo de mudar o seu funcionamento interno, para juntar à democracia formal de que nos orgulhamos a participação militante que a concretiza”, enfatizou.
Pureza garantiu que a nova liderança se empenhará em criar condições para a agregação dos militantes em núcleos e grupos de trabalho, promovendo uma “intervenção mais ágil e consistente em todas as lutas pela justiça e pelos direitos”. A mesa nacional, de acordo com ele, “será o que deve ser”, assumindo a responsabilidade de atuar como um “órgão de discussão e coordenação de todas as formas de intervenção política” do partido.
“A Comissão Política será o que deve ser: a direção quotidiana do Bloco e a ligação com os nossos representantes nos parlamentos nacional e europeu, aplicando as deliberações da Mesa Nacional sobre a orientação política”, acrescentou.
Pureza sublinhou que o partido deve “saber fazer da sua pluralidade a sua força” e assegurou que será “o primeiro a ouvir todo o partido, em todo o país”, expressando a confiança na união dos militantes neste novo percurso.
O primeiro dia de trabalhos foi marcado por vários alertas de dirigentes e opositores internos sobre a necessidade de descentralizar decisões, ouvir as bases, valorizar o trabalho militante e reorganizar-se, com ênfase para os avisos do fundador Fernando Rosas.
Em resposta a algumas dessas críticas, a moção A apresentou um novo modelo tripartido na convenção: além do coordenador (uma figura que não existe formalmente nos estatutos), a organização política do BE incluirá também o cargo de deputado na Assembleia da República e a criação de uma nova figura, a de “secretária da organização”, que será ocupada por Isabel Pires.
