O Ecocentro de Perafita, localizado em Matosinhos, foi o local escolhido pela Havelar para desenvolver a primeira obra pública em Portugal utilizando impressão 3D. A startup portuguesa tem o objetivo de erguer a estrutura em tempo recorde e, em apenas uma semana, planeja “imprimir” um edifício de 500 m², completando-o nos próximos cinco meses.
A obra, resultado de um concurso público para a Câmara Municipal de Matosinhos, possui um investimento de 800 mil euros e abrigará o projeto ReCircular, voltado para a reciclagem e reutilização de resíduos eletrónicos, promovendo uma economia circular que inclui uma vertente social, ao empregar pessoas com deficiência na região.
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“Em um contexto de crise habitacional e escassez de recursos, acreditamos que podemos ser parte da solução, pois a abordagem adotada pela Havelar permite construir casas e edifícios com menores custos, em menos tempo, e com uma pegada de carbono reduzida,” afirmou José Maria Ferreira, cofundador e CEO da Havelar, em comunicado.
Segundo o executivo, a impressão 3D se destaca como uma técnica mais sustentável, oferecendo ainda uma “maior flexibilidade no local da construção, o que pode representar uma forma mais rápida e econômica para as autarquias atenderem às necessidades da população”.
“Pretendemos ser uma solução e é com esse objetivo que nos dedicamos diariamente, buscando fazer da impressão 3D uma alternativa do futuro, com impacto positivo nas cidades e nas comunidades”, enfatiza José Maria Ferreira.
Em 2024, a startup foi responsável pela construção da primeira casa em impressão 3D do país, uma unidade T2 de 90 m² construída no Porto em menos de 20 dias, com apenas 18 horas (não contínuas) de impressão para a estrutura e duas semanas para montagem, custando aproximadamente 150 mil euros.
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Os projetos da startup portuguesa são fruto de um processo tecnológico de impressão 3D em parceria com a fabricante dinamarquesa COBOD, utilizando filamentos que, ao serem sobrepostos em camadas, formam paredes, divisões e espaços.
De acordo com a Havelar, materiais como betão, terras e argila são empregados para reduzir a pegada de carbono associada ao uso de cimento convencional e minimizar a ocorrência de acidentes de trabalho, já que são necessários menos recursos humanos para construir uma casa ou edifício.