CGTP garante que há todo o tempo do mundo para recuar na greve geral se Governo aceitar desafio; CIP responde com um desafio à CGTP.

CGTP garante que "há todo o tempo do mundo" para recuar na greve geral se Governo aceitar desafio; CIP responde com um desafio à CGTP.

Quando questionado sobre se as alterações do anteprojeto favorecem mais as empresas do que os trabalhadores, o presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal afirma que as alterações “favorecem sobretudo a capacidade de trabalho e a capacidade de as empresas trabalharem a capacidade de os trabalhadores poderem auferir um salário melhor.”

Por sua vez, Tiago Oliveira critica os métodos do Governo na negociação com a CGTP. Defende que idealmente deviam ter sido apresentadas propostas “avulsas” que permitissem uma discussão “medida a medida”, para que depois fosse construída uma alternativa. “O que este Governo fez foi completamente diferente,” sublinha, acusando o Executivo de pedir à CGTP que pesasse na balança que direitos preferia perder.

“O Governo colocou-nos à frente um pacote laboral de mais de 100 propostas de alteração, todas elas negativas para o mundo do trabalho. E aquilo que colocou à CGTP foi: medir o quanto a CGTP queria, numa suposta negociação, perder em prol daquilo que era o objetivo de implementação do pacote laboral que o governo apresentou,” justifica Tiago Oliveira. “Se queríamos perder direitos de um terço, só metade ou se iríamos perder o bolo todo. Para isso não contem com a CGTP.”

Quando a discussão passou para o número de contratos precários existentes no país, os dados de CIP e CGTP chocaram. “Em cinco milhões de trabalhadores, temos mais de 1,3 milhões de trabalhadores em situação precária,” diz Tiago Oliveira. O presidente da CIP, Armindo Monteiro, argumenta com números diferentes, que admitiu “poderem estar errados”: “Eu não tenho esse valor, tenho 800 mil, admito que o seu esteja correto, mas o meu é diferente.”

Armindo Monteiro fez um desafio à CGTP – redigirem um documento conjunto para apresentarem ao Governo: “Se quisermos trabalhar em conjunto estamos totalmente disponíveis para preparar uma proposta e apresentarmos uma proposta em conjunto ao Governo que diga ‘a CGTP e a CIP estão de acordo nestas medidas’.”

Questionado sobre se ainda existe tempo para a greve recuar, Tiago Oliveira afirma que “há todo o tempo do mundo” – com a condição de que o Governo aceite um desafio: “Retirar de cima da mesa este pacote laboral e avançar com negociações sérias, partindo do princípio daquilo que é a análise do que hoje existe no mundo do trabalho, da atual legislação em vigor e dos aspetos negativos que a compõem.”

Para Armindo Monteiro, há tempo mas só “se quisermos cooperar em vez de competir, se quisermos construir em vez de nos pormos de lados opostos da barricada”. Acrescenta ainda, em tom de apelo, que “somos todos parte de um país pobre” cuja força depende de uma construção conjunta da prosperidade. “Estamos todos em dificuldade num barco que não tem motor e que não tem remos.”

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