A DBRS destaca a redução do nível do rácio de capital CET1 de três bancos – Intesa Sanpaolo SpA (Intesa), Banco BPM SpA (BBPM) e Banco Comercial Português (BCP) – a partir do qual as obrigações de elevada subordinacão AT1 – Additional Tier 1, são usadas para recapitalizar o banco. Isto significa que é mais difícil atrásra os investidores destas AT1 perderem o dinheiro.
Para esses três bancos, o nível de gatilho (trigger level) para amortizações (write-downs) é fixado num rácio CET1 mínimo de 5,125%, e os detentores das notas AT1 podem a partir daí perder todo ou parte do seu capital investido nestas obrigações devido a uma amortização (write-down) dos títulos. Isto é, quando o rácio de capital CET1 cai abaixo de 5,125%, ocorre o “gatilho”.
<p“Ao reduzir a notação de cinco para quatro níveis, consideramos, para os três bancos em análise, a melhoria significativa das almofadas de capital nos últimos anos, que levou a uma redução da diferença entre o rácio CET1 e o ponto de ativação das AT1, foi um fator determinante”, afirma Arnaud Journois, Vice-Presidente Sênior, Notações de Instituições Financeiras Europeias.
<p“Além disso, a melhoria significativa dos fundamentos dos três bancos nos últimos anos foi outro fator por trás da nossa ação de notação de crédito”, destaca a DBRS.
A DBRS analisou a ação de rating tomada em setembro sobre as notações de Capital Adicional Nível 1 (Additional Tier 1 – AT1) de diversos bancos europeus. “A 15 de setembro de 2025, aumentámos as notações de crédito de Nível 1 Adicional (AT1) de três emitentes: Intesa Sanpaolo SpA (Intesa), Banco BPM SpA (BBPM) e Banco Comercial Português (BCP)”, explica a agência.
<p“Na ação de classificação de crédito de 15 de setembro de 2025, levámos em consideração tanto a probabilidade do banco acionar o gatilho (trigger) de capital, quanto os níveis de recuperação esperados”, refere a agência.
Além disso, embora o emissor possa amortizar as notas AT1 parcial ou totalmente, a seu critério, há condições exigidas de rendimento líquido positivo e distribuível a serem cumpridas. Os bancos podem cancelar os pagamentos de juros sobre as Notas AT1 parcial ou totalmente e, em algumas circunstâncias, podem ser obrigados a fazê-lo, explica a agência.
<p“Ao reduzir o nível de ajustamento das notações AT1 dos três bancos de cinco para quatro níveis abaixo da Avaliação Intrínseca (IA), considerámos as reservas substanciais dos bancos entre o ponto de ativação e os seus rácios de capital CET1 no final de junho de 2025”, sublinha a DBRS.
Por outro lado, a redução do nível de ajustamento reflete também a melhoria significativa dos fundamentais dos três bancos, o que reduziu a probabilidade de estes bancos desencadearem os triggers de capital.
Os instrumentos de Capital Adicional de Nível 1 (Additional Tier 1) foram introduzidos para aumentar a capacidade de absorção de perdas dos bancos, evitar resgates públicos e manter a confiança do mercado em momentos de crise.
<p“Em linha com a nossa Metodologia Bancária Global, a notação da Avaliação Intrínseca (IA) para Instrumentos AT1 varia normalmente entre três e seis níveis. Ao reduzir o diferencial de cinco para quatro níveis, consideramos que, para os três bancos em análise, a reserva de capital melhorou significativamente nos últimos anos, alargando assim o intervalo entre o rácio CET1 e o ponto de ativação. Além disso, a melhoria significativa dos fundamentos dos três bancos nos últimos anos foi outro fator subjacente à nossa ação de notação de crédito”, sublinha a DBRS.
<p“Posteriormente, elevámos a notação de crédito do Intesa para A (low) com uma tendência estável a 23 de outubro de 2025, após a subida da notação da República de Itália e também elevámos a notação de crédito do BCP a 1 de outubro de 2025 de BBB (high) para A (Low) com tendência estável. Como resultado, também elevámos as classificações AT1 como parte destas ações de classificação de crédito”, acrescenta a agência.
Assim sendo, as classificações atuais dos três bancos em 10 de novembro de 2025 são: O BCP tem o rating Long-Term Issuer Rating/ IA em A (low) e o rating dos Additional Tier 1 Instruments em BB (high). A tendência é estável.
O Intesa Sanpaolo tem o rating Long-Term Issuer Rating/ IA em A (low) e o rating dos Additional Tier 1 Instruments em BB (high). A tendência é estável.
O italiano Banco BPM SpA tem o rating Long-Term Issuer Rating/ IA em BBB (high) e o rating dos Additional Tier 1 Instruments em BB. A tendência é estável.
<p“Na nossa opinião, a almofada de capital dos três bancos melhorou significativamente nos últimos anos, ampliando assim a diferença entre o rácio CET1 e o ponto de ativação”, refere a DBRS.
