MADRID 26 Nov. (EUROPA PRESS) –
A Polícia Judiciária portuguesa deteve 17 pessoas, incluindo dez agentes da Guarda Nacional Republicana (GNR) e um polícia municipal, por suposta ligação a uma rede de exploração de trabalhadores migrantes em situação irregular, no âmbito da operação ‘Cosecha Justa’, que remonta a 2023.
As detenções ocorreram na terça-feira e esta quarta-feira estão previstas as comparências perante um tribunal de Lisboa. Os acusados enfrentam charges de promoção da imigração irregular, falsificação, fraude fiscal, lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas. A rede controlava cerca de 500 vítimas, a maioria delas asiáticas, informa a RTP.
As operações concentraram-se principalmente em Beja e Portalegre, na região do Alentejo, embora tenham ocorrido buscas no Porto e em Figueira da Foz. As vítimas, predominantemente da Índia, Nepal, Paquistão e Bangladesh, eram forçadas a trabalhar em explorações agrícolas, cafés, residências e até mesmo em uma unidade da GNR.
Os agentes detidos da GNR – todos da delegacia de Beja, assim como o polícia local – incluem um sargento, oito guardas e um tenente que é apontado como líder da organização, juntamente com um cidadão indiano que conseguiu escapar.
A GNR declarou que “fará tudo o que estiver ao seu alcance para responsabilizar criminalmente os responsáveis”, caso as suspeitas sejam confirmadas, assim como a Polícia de Segurança Pública, à qual pertence o outro agente detido.
A ministra do Interior, Maria Lúcia Amaral, lamentou que “infelizmente, nenhuma polícia no mundo está livre de situações como esta”, mas prometeu um processo “impecável” e garantiu que as autoridades tomarão medidas contra aqueles que agiram de forma inadequada.
