Um grupo de astrônomos trouxe uma verdadeira “bomba” para o campo da cosmologia: o Universo pode não estar se expandindo cada vez mais rápido, como se acreditava há quase trinta anos. Pelo contrário, pode estar desacelerando. A equipe, liderada pelo professor Young-Wook Lee, da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, concluiu que a enigmática energia escura, que se pensava estar acelerando a expansão do cosmos, pode estar se tornando mais fraca com o tempo.
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Essa nova hipótese desafia diretamente a teoria que rendeu o Prêmio Nobel de Física em 2011, fundamentada em observações de supernovas do tipo Ia. Estas explosões estelares foram utilizadas como “velas padrão” para medir distâncias cósmicas e mostraram que o Universo parecia estar se expandindo com uma aceleração crescente.
Publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a nova pesquisa sugere que as medições anteriores podem ter sido influenciadas por um erro fundamental. Até atrásra, os cientistas partiam do pressuposto de que todas as supernovas do tipo Ia possuíam o mesmo brilho intrínseco. No entanto, o estudo de Lee indica que a luminosidade dessas supernovas varia conforme a idade das galáxias em que ocorrem.
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Ao analisar cerca de 300 galáxias e medir diretamente a idade de suas estrelas, os pesquisadores descobriram uma relação clara entre a idade do sistema e o brilho da supernova. Essa relação, que foi desconsiderada nas medições anteriores, pode ter induzido a uma ilusões de aceleração. Ao corrigir o chamado “viés de idade”, os dados mostraram que o Universo continua a se expandir, mas a um ritmo cada vez mais lento.
Embora a comunidade científica receba essa ideia com cautela, os resultados coincidem com as conclusões do projeto independente DESI (Dark Energy Spectroscopic Instrument), que também sugere que a energia escura pode não ser constante ao longo do tempo. Se essa energia continuar a diminuir, pode até se tornar negativa – nesse caso, a expansão do Universo pode eventualmente reverter, levando a um “Big Crunch”, um colapso cósmico em que tudo voltaria a se concentrar em um único ponto.
