Por Carlos Pereira (*)
Estamos em uma época em que a democratização do acesso ao digital virou uma necessidade legal. A partir de julho de 2025, todas as empresas que atuam online em Portugal deverão cumprir rigorosos requisitos de Acessibilidade Web, conforme estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 82/2022 e pela Portaria n.º 220/2023. Essa mudança normativa exige uma reavaliação de sites, aplicativos e experiências digitais.
Mais de 20% da população portuguesa possui, em algum momento, uma limitação funcional. Ignorar a acessibilidade é privar milhões de potenciais clientes e prejudicar a reputação da empresa perante a sociedade e o Estado. Em outros países, essa questão já integra as boas práticas em projetos digitais e em concursos públicos: quem não é acessível, fica para trás.
As diretrizes normativas obrigatórias para Acessibilidade Web são as WCAG 2.1, nível AA – as Web Content Accessibility Guidelines estabelecidas pelo World Wide Web Consortium (W3C). A partir dessas diretrizes, definem-se quatro princípios técnicos básicos que todas as empresas devem seguir:
1. Um website precisa ser perceptível, apresentando imagens com textos alternativos, vídeos com legendas e um contraste adequado entre texto e fundo;
2. Deve ser operável, permitindo navegação integral por teclado, oferecendo tempo suficiente para interações e garantindo foco visível em botões e campos;
3. É necessário que seja compreensível, utilizando linguagem clara, instruções objetivas e mensagens de erro acessíveis e compreensíveis;
4. Por último, é fundamental ter robustez, garantindo compatibilidade com leitores de tela, navegadores e sistemas operacionais diversos, usando código limpo e otimizado.
Para muitas empresas, a maior dificuldade na implementação de um plugin de Acessibilidade Web é integrar os requisitos sem precisar reescrever grandes partes do seu código. Contudo, já existem soluções inovadoras com plugins de acessibilidade agnósticos, que tornam qualquer website ou aplicativo mais inclusivo, independentemente da linguagem de desenvolvimento, seja PHP, .NET, React, WordPress ou outra plataforma.
Um plugin agnóstico analisa e adapta dinamicamente o conteúdo, modificando botões, menus e formulários, permitindo navegação por teclado, ajustando contrastes e protegendo a experiência do usuário em todos os frameworks – sem comprometer design, funcionalidades ou desempenho, e sem necessidade de reinventar a infraestrutura tecnológica da empresa.
Adotar Acessibilidade Digital vai além de cumprir a lei ou evitar sanções; é um investimento em uma internet mais inclusiva. As melhores práticas emergem de um compromisso genuíno com a tecnologia que se adapta a todos. Embora um plugin agnóstico possa parecer apenas uma parte desse quebra-cabeça, ele pode ser o ponto de virada para transformar empresas de diferentes tamanhos e setores em agentes de mudança digital. A adaptação já não é uma opção – ser inclusivo é ser competitivo.
(*) CEO da Puxe Negócios
