A vigilância das gravidezes de baixo risco em mulheres sem médico de família vai passar a ser assegurada por enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica nos centros de saúde, avança o Público. A medida, defendida pela Ordem dos Enfermeiros, conta com abertura do Ministério da Saúde e está a ser incorporada na revisão da orientação da Direcção-Geral da Saúde sobre acompanhamento pré-natal.
O objetivo é reduzir o número de grávidas sem seguimento clínico que acabam por recorrer às urgências já em situação avançada, fenómeno associado ao agravamento de indicadores de mortalidade infantil. O modelo prevê que as grávidas de baixo risco sejam acompanhadas nos cuidados primários, enquanto as de risco acrescido serão encaminhadas para os hospitais.
Portugal tem atualmente 3.476 enfermeiros especialistas nesta área, a maioria a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde, número bastante superior ao de médicos obstetras disponíveis.
A falta de profissionais médicos tem levado ao fecho temporário de urgências, sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo, onde também se concentram mais de um milhão de utentes sem médico de família.