Idealista renuncia à compra da Kyero devido às condições impostas pelas autoridades de concorrência

Idealista renuncia à compra da Kyero devido às condições impostas pelas autoridades de concorrência

Critica a “hiperregulação” que acredita haver na Europa

MADRID, 24 de set. (EUROPA PRESS) –

A Idealista desistiu de comprar o portal Kyero após os supervisores de concorrência da Espanha (CNMC) e de Portugal (AdC) impuserem condições que a empresa não quis aceitar, por entender que limitavam “de forma desproporcional” sua atividade.

O portal imobiliário anunciou a operação há quase um ano e nenhum dos supervisores a autorizou até o momento. No caso português, a AdC decidiu em julho realizar uma investigação mais abrangente, enquanto a CNMC não se manifestou publicamente desde que começou a estudar a transação em abril.

Segundo a Idealista, a CNMC exigia condições “que excediam o contexto da operação e limitavam de forma desproporcional sua atividade comercial, impedindo-a de operar no mercado normalmente”, motivo pelo qual as partes negociaram nos últimos meses, mas sem êxito.

“Não descartamos que a CNMC tenha querido aproveitar a compra de um portal menor para regular a estratégia comercial da Idealista no futuro, tivesse ou não relação com o Kyero”, afirmou um porta-voz da empresa, que acrescentou que a gestão deste processo pela autoridade de concorrência e seu desfecho “lançam uma mensagem desesperançadora para o crescimento das empresas tecnológicas europeias”.

A empresa aproveitou seu comunicado para criticar a “hiperregulação e rigidez” que acredita existirem na Europa, que favorecem o crescimento de empresas não europeias em detrimento das empresas tecnológicas nativas da UE.

“Não parece razoável que, almejando um mercado único europeu que compita com outros mercados globais, haja 52 autoridades de concorrência em nível nacional e regional. Para comparação, nos EUA existem apenas duas autoridades competentes: FTC e DOJ”, argumenta o portal imobiliário.

A empresa cita o relatório elaborado há um ano pelo ex-primeiro-ministro italiano e ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, para destacar que “a fragmentação regulatória na Europa, a lentidão dos processos de autorização e a falta de escala no mercado único dificultam que empresas europeias consigam competir com gigantes norte-americanos e asiáticos”.

“Infelizmente, Draghi acertou em seu diagnóstico e não há um futuro otimista para o setor tecnológico europeu”, concluem na Idealista.

A operação consiste na compra pela Idealista da sociedade Portal47, proprietária do portal Kyero, uma página voltada para compradores que buscam propriedades na Espanha, França, Itália e Portugal.

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