O ministro da Agricultura e do Mar reconheceu hoje a existência de um “grande problema” relacionado com os soutos que foram consumidos pelas chamas, já que um castanheiro leva mais de 15 anos a produzir novamente, mas assegurou que irá apoiar os produtores.
“A minha principal preocupação é como iremos ajudar na geração de rendimento, pois um castanheiro demora de 15 a 16 anos até voltar a ser produtivo, ao passo que outras culturas são mais rápidas. Contudo, estamos a trabalhar nisso”, afirmou José Manuel Fernandes.
O ministro da Agricultura e do Mar falou com os jornalistas no final de uma reunião que ocorreu esta manhã, em Sernancelhe, no distrito de Viseu, com autarcas de cerca de 30 concelhos do Norte do país afetados pelos incêndios.
“Nós iremos ajudar na recuperação do potencial produtivo. Vamos implementar um tratamento mais favorável para essas culturas que requerem mais tempo e oferecer um apoio aumentado. Teremos de avaliar caso a caso para garantir que ninguém fique em dificuldades”, respondeu, ao ser indagado sobre as medidas que o Governo tomará para auxiliar os produtores.
Reiterando as palavras do ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, o governante disse que “o Governo, o Estado, tem a obrigação de ser solidário, estar presente e fazer o máximo para que as pessoas não sofram perdas no seu rendimento”.
José Manuel Fernandes acrescentou que o Governo irá introduzir “medidas para a recuperação do potencial produtivo” e destacou que há “apoio para a alimentação” dos animais, além de uma linha 24 horas para solicitações de ajuda, tanto do Governo quanto dos municípios.
O governante expressou agradecimento “a todos que têm contribuído” com doações de alimento para os animais, mencionou que tanto o Governo quanto os municípios disponibilizam uma “linha 24 horas” para quem necessitar de assistência para alimentar os animais e anunciou que levará à Assembleia da República a proposta de isenção de IVA sobre as doações.
“Não faz sentido que alguém faça uma doação e tenha ainda de pagar o IVA”, argumentou.
O governante garantiu também que há equipas atualmente a trabalhar na estabilização do terreno, pois após os incêndios ocorrem chuvas que podem causar problemas.
“Podem ocorrer deslizamentos de terra, contaminação de água, albufeiras prejudicadas, e este trabalho está a ser realizado desde o início” dos incêndios, afirmou.
