Um jovem, acusado de ter provocado três incêndios em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, resultando em prejuízos de quase quatro milhões de euros, negou as acusações durante o início do julgamento.
“Não ateei fogo nenhum”, afirmou o arguido, de 25 anos, que começou a ser julgado no Tribunal da Feira por um crime de incêndio florestal, ocorrido a 14 de setembro de 2024.
Em frente ao coletivo de juízes, o jovem contou que saiu de casa após o almoço para dar uma volta de mota sozinho, regresando cerca de meia hora depois.
Embora tenha passado pela área onde os incêndios ocorreram, negou ser o responsável por eles.
Apesar de o primeiro incêndio ter começado nas proximidades de sua residência, ele alegou que não se deu conta do que estava acontecendo, tendo tomado conhecimento do fogo apenas à noite.
O arguido, sob medida de coação de prisão domiciliária, foi detido em dezembro de 2024 durante buscas em sua residência.
Conforme a acusação do Ministério Público (MP), o jovem teria circulado com sua mota na localidade de Ossela e, em pouco mais de meia hora, ateou três focos que se uniram, formando um grande incêndio.
Investigadores mencionam que duas testemunhas afirmaram ter notado colunas de fumaça logo após a passagem do arguido.
O MP relatou que o incêndio destruiu áreas florestais, unidades de produção, terrenos agrícolas, habitações, veículos, animais, máquinas e equipamentos, além de colocar em risco diversas outras residências da região, totalizando um prejuízo de 3.916.363,86 euros.
O incêndio também se aproximou das autoestradas A29 e A1, que ficaram interditadas por várias horas, e se propagou para os concelhos vizinhos de Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha.
A acusação ainda indicou que, devido a reacendimentos, houve a morte de um bombeiro e quatro feridos civis no concelho de Oliveira de Azeméis.
O combate a este incêndio mobilizou 220 operacionais de diversas corporações e entidades, apoiados por 25 viaturas e oito motobombas.
