O Bloco pode ter novas vozes: Mariana Mortágua sai como deputada em novembro após debater o OE2026

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Mariana Mortágua afirmou no sábado que o Bloco de Esquerda “pode beneficiar de ter, neste momento, outras pessoas, outras caras, outras vozes” à frente do partido.

Foi assim que a atual coordenadora do Bloco explicou a sua decisão de não se recandidatar na próxima convenção nacional do partido.

Na sua declaração, confirmou que aguardará o término do processo de discussão sobre o Orçamento do Estado para 2026 antes de deixar o cargo de deputada na Assembleia da República. A votação final está agendada para 27 de novembro.

Mortágua falou na tarde de sábado em uma conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa, após ter enviado uma carta aos militantes durante a manhã, comunicando a sua decisão de deixar a liderança.

“Quis que fossem os militantes os primeiros a saber da minha decisão de não me recandidatar à coordenação do Bloco de Esquerda na próxima convenção”, começou por dizer. “Considero que era preciso dar um novo impulso à esquerda para conseguir combater a direita, ampliar o espaço social e inverter a redução do espaço eleitoral. Eu considero que esses objetivos não foram cumpridos e assumo as responsabilidades”, reconheceu.

Mariana Mortágua reiterou que a decisão “é pessoal”, mas que o processo de escolha da nova direção será “coletivo”. “Essa é uma decisão que cabe ao Bloco de Esquerda tomar, que cabe aos militantes e à próxima direção, num debate que se fará na convenção”, destacou.

A coordenadora do Bloco enfatizou ainda que continuará a fazer política dentro do partido, mas não como deputada. “Pretendo concluir o processo orçamental que iniciei e depois disso sair do Parlamento.” Assim, após a votação final do Orçamento do Estado para 2026, prevista para 27 de novembro, Mortágua se afastará do cargo.

Apesar de deixar a coordenação do Bloco e a Assembleia da República, Mortágua assegurou que não se afastará da vida política. “Quero fazer política, quero mudar a vida do país, quero lutar pela esquerda, pela igualdade, e continuarei certamente a fazê-lo dentro do Bloco de Esquerda. Acho que tenho muito para dar.”

Mariana Mortágua expressou sua gratidão aos camaradas de direção com quem trabalhou nos últimos dois anos e meio, afirmando sentir “muito orgulho e muita confiança no Bloco de Esquerda”. “Estarei aqui para o futuro do Bloco, para construir a esquerda. Sou também parte desse futuro, ainda que não como coordenadora.”

Questionada sobre o perfil que o próximo coordenador do partido deve ter, recusou-se a comentar: “Essa é uma decisão que não me cabe a mim.”

A líder do Bloco revelou que começou a refletir sobre a decisão “no dia dos resultados das legislativas”, mas preferiu aguardar. “Seria irresponsável tomar uma decisão irrefletida e deixar o Bloco numa situação de vazio até à convenção”, explicou, acrescentando que a decisão “nunca seria condicionada ou influenciada por artigos de nenhum comentador”.

A convenção nacional do Bloco de Esquerda está agendada para novembro.

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