MADRI 20 de outubro. (EUROPA PRESS) –
O cabo que ligava as duas cabines do funicular que sofreu um acidente no início de setembro na capital de Portugal, Lisboa, não estava certificado para o transporte de pessoas, de acordo com o relatório preliminar da Oficina de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários de Portugal (GPIAAF).
Segundo o documento, ao qual teve acesso a agência de notícias Lusa, “o cabo instalado não cumpria com as especificações” da empresa Carris –responsável pela operação do funicular–, nem estava “certificado para uso em instalações de transporte de passageiros”.
Além disso, o cabo “não era adequado para ser instalado com elos giratórios em suas extremidades, como é o sistema existente no funicular da Glória (e no de Lavra)”. A investigação também encontrou falhas no processo de aquisição de cabos da Carris e nos mecanismos de controle interno desta empresa responsável pelos funiculares.
“O uso de cabos que repetidamente não atendiam às especificações e restrições de uso deveu-se à acumulação de falhas durante seu processo de aquisição, aceitação e aplicação pela CCFL (Companhia de Ferrocarriles de Lisboa), cujos mecanismos de controle interno foram insuficientes ou inadequados para prevenir e detectar tais falhas”, afirma o órgão.
No entanto, destacou que em casos anteriores foram utilizados cabos idênticos sem incidentes, portanto concluiu que, neste momento, não pode determinar se o uso desse tipo de cabo “influenciou a ruptura”, considerando que “intervieram outros fatores”.
O cabo que unia ambas as cabines, permitindo assim seu movimento com um mecanismo de contrapeso, quebrou no dia 3 de setembro por volta das 18h (hora local), o que provocou o descarrilamento do funicular, causando a morte de 16 pessoas de oito países, assim como uma vinte de feridos.
