A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) divulgou o relatório sobre a atividade dos operadores de Jogo Online em Portugal, com base nos dados do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) referentes ao segundo trimestre de 2025. O contributo para a receita fiscal do Estado alcançou os 163,9 milhões de euros no primeiro semestre de 2025. O Imposto Especial de Jogo Online (IEJO) registrou uma redução de 1,8% em relação ao primeiro trimestre, mas houve um aumento de 5,8% nas receitas fiscais em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A APAJO informa que, nos primeiros seis meses de 2025, o setor de jogo e apostas online contribuiu com cerca de 164 milhões de euros para o Estado. No segundo trimestre, a atividade gerou uma receita fiscal de 81,2 milhões de euros, apontando uma queda de 1,8% em relação ao trimestre anterior. O IEJO aumentou 5,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Conforme apontado no relatório, as receitas totais de jogo no segundo trimestre somaram 287 milhões de euros, apresentando um crescimento de apenas 0,8% em comparação ao trimestre anterior e um aumento de 9,6% em relação ao ano anterior.
A desaceleração é atribuída principalmente à queda das receitas brutas do setor de desporto, que totalizaram 109,2 milhões de euros, com uma diminuição de quase 5% em relação ao primeiro trimestre de 2025, embora tenha havido um crescimento de 5,7% em relação ao mesmo período de 2024. Entre abril e junho de 2025, o volume de apostas esportivas caiu 8,9% em comparação aos meses de janeiro e março, e teve uma redução de 1,1% em relação ao trimestre homólogo.
No que se refere às receitas brutas de casino, foram registrados 177,8 milhões de euros, representando um aumento de 12,2% em relação ao primeiro trimestre e um crescimento de 4,7% em comparação ao ano anterior. Este segmento foi decisivo para o leve crescimento das receitas totais no segundo trimestre, refletindo um aumento de 8% no volume das apostas e de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas de jogos de fortuna ou azar representaram 62% do total da atividade de jogos e apostas online.
Ricardo Domingues, presidente da APAJO, afirma que “o primeiro semestre de 2025 reflete uma tendência de desaceleração já esperada pelos operadores. As receitas brutas aumentaram 9% em termos homólogos, mantendo-se a contribuição significativa da atividade dos operadores de jogos e apostas online para a consolidação das receitas fiscais do Estado e seu impacto positivo nas diversas modalidades desportivas”.
Ele aponta a preocupante realidade de que 40% dos jogadores ainda utilizam operadores não licenciados. “O crescimento das receitas do Estado poderia ser ainda mais expressivo com uma ação firme contra esse fenômeno prejudicial à economia, à sociedade e aos consumidores portugueses”. A associação também destaca um aumento na publicidade a operadores ilegais nas redes sociais.
Os distritos de Lisboa e Porto são os que apresentam o maior número de registos de jogadores, com 21,7% e 21,1%, respetivamente. Braga, Setúbal e Aveiro, juntos, somam 24,2% do total de registos. A maioria dos jogadores (77,8%) têm menos de 45 anos, e 33,5% deles estão na faixa etária de 25 a 34 anos.
O relatório revela que, no segundo trimestre de 2025, foram realizados 211 mil novos registos nos 17 operadores de jogos e apostas online, enquanto ocorreram 135,5 mil cancelamentos de registos. Observou-se um aumento de 1,6% no número de contas ativas, totalizando agora 4.866,6 mil. Contudo, o número de novos registos tem registrado uma queda contínua, cerca de 21,8% em relação ao ano anterior. A APAJO esclarece que o número de registos não corresponde diretamente ao número de jogadores, pois um jogador pode ter múltiplos registos.
O número de autoexcluídos diminuiu 3,5% em relação ao primeiro trimestre do ano. No final de junho, havia 326,4 mil registos de autoexclusão da prática de jogos e apostas online (um aumento de 17,2 mil em relação ao primeiro trimestre). A associação registrou 69,4 mil autoexcluídos no mesmo período do ano passado, com um aumento de 27% comparado a 2024.