O que os 5% que têm sucesso fazem de diferente?

O que os 5% que têm sucesso fazem de diferente?

O relatório do MIT “The GenAI Divide – State of AI in Business 2025” destacou que 95 % dos projetos de IA não conseguem gerar retorno significativo. O estudo aponta que o problema não reside na tecnologia, mas na maneira como as organizações a implementam.

A princípio, isso pode soar como um alerta para interromper investimentos nessa área. Neste artigo, vamos focar nos 5 % que obtêm sucesso: o que os diferencia, quais boas práticas adotam e como os executivos podem se unir a essa minoria.

O que realmente aprendemos com os 5 %

  1. Focam em problemas específicos, em vez de modismos
    As organizações bem-sucedidas escolhem casos de uso tangíveis que resolvem questões menos glamorosas: otimização de operações de back-office, automação de processos repetitivos, redução de custos operacionais. Investir apenas no que é “aparente” pode ser conveniente, mas raramente revela as maiores oportunidades e as quais resultam em ganhos mensuráveis.
  2. Consideram fornecedores como parceiros estratégicos
    Nos casos de sucesso, os fornecedores de IA não são apenas provedores de software ou hardware, mas sim colaboradores estratégicos. Há uma verdadeira sinergia: co-desenvolvimento, contínua adequação e compartilhamento de responsabilidades. Isso contrasta com iniciativas onde a parte técnica fica isolada ou depende de promessas externas.
  3. Descentralizam a adoção
    Outra característica comum aos 5 % bem-sucedidos é a capacidade de descentralizar: conceder autonomia a equipes de negócios para testar, adaptar e escalar soluções. Em vez de centralizar tudo em um laboratório de IA ou uma unidade de inovação desconectada da operação cotidiana, as equipes operacionais são integradas. Essa abordagem acelera a adoção e evita que projetos permaneçam apenas em fase de teste.

Fatores que fazem a diferença

  • Maior alinhamento com o negócio: ao envolver equipes operacionais e selecionar problemas específicos, as soluções atendem necessidades reais, em vez de suposições abstratas.
  • Rapidez na aprendizagem: com constantes iterações e feedback, os projetos se adaptam, corrigem seu rumo e se tornam mais robustos.
  • Escalabilidade: a descentralização e parcerias estratégicas ajudam a elevar projetos de fase piloto ao uso generalizado, evitando que se tornem “projetos de laboratório” sem consequências práticas.

Boas práticas para liderar projetos de IA com impacto

  • Realizar um diagnóstico claro: identificar processos que realmente se beneficiariam da IA e projetar expectativas realistas de retorno.
  • Criar uma estrutura organizacional flexível: permitir que diferentes equipes testem, implementem e adaptem, mantendo a governança e alinhamento estratégico.
  • Fomentar uma cultura de aprendizagem: aceitar falhas controladas, iterar continuamente, e ajustar modelos e processos com base em dados reais, e não apenas em expectativas ou pressões externas.
  • Optar por parcerias adequadas: escolher fornecedores ou consultores que compreendam o negócio e estejam abertos a cocriar soluções, e não se limitem a fornecer “caixas pretas”.
  • Definir métricas e KPIs claros: avaliar resultados operacionais, financeiros e de impacto no negócio, e não apenas indicadores de visibilidade ou satisfação geral.

A tecnologia é apenas uma ferramenta – o crucial é saber como utilizá-la

A IA é uma ferramenta poderosa, mas ainda requer algo que nenhum modelo consegue replicar: visão e liderança. Enquanto pode automatizar tarefas e otimizar processos, somente a criatividade tem o poder de transformar negócios e gerar impacto real.

Os 5 % que se destacam não o fazem por acaso. Eles triunfam porque fazem escolhas estratégicas, cultivam uma liderança consciente e promovem uma cultura de aprendizado constante, na qual a tecnologia serve à estratégia — e não o contrário. Para os tomadores de decisão, a questão mais relevante não é “e se falharmos?”, mas “como vamos aprender?”.

Docente e consultor, especialista na interseção entre marketing, tecnologia e inovação

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