O setor dos televisores está em contínua transformação. Durante muitos anos, o televisor era apenas um retângulo negro, guardado num móvel ou pendurado numa parede, que ganhava vida quando alguém o ligava com o controle remoto.
A evolução dos televisores é claramente visível na qualidade dos ecrãs: mais resolução, brilho, contraste e detalhes. Tecnologias como LED e OLED também progrediram para MiniLED e QLED.
A tecnologia dos televisores avança a passos largos, superando a capacidade dos conteúdos em se adaptarem a essas novas resoluções. Na atual era do 4K, já se faz referência ao 8K, enquanto os sinais dos principais canais abertos ainda são transmitidos em 1080i (interlaced), resultando em imagens que podem parecer esticadas e difíceis de apreciar.
Os novos televisores são mais do que simples aparelhos de reprodução de conteúdo. As fabricantes estão conscientes dos hábitos dos consumidores e estão integrando as tecnologias mais recentes de inteligência artificial, que realizam upscaling da imagem. Isso significa que o hardware do televisor melhora a qualidade de conteúdos com baixa resolução, “esticando” as imagens para preencher o ecrã maior, o que, na maioria das vezes, é eficaz.
Além disso, há uma mudança na visão dos fabricantes sobre como um televisor deve funcionar. No contexto das casas inteligentes, a tela se transforma em uma central de controle que permite gerenciar dispositivos inteligentes na casa, desde aspiradores robot a ar condicionado e campainhas. Aqui, também é possível receber notificações sobre emails, clima, trânsito e outras informações personalizadas no início do dia. A interação através de um televisor inteligente é cada vez mais rica e funcional.
A Samsung aposta na linha Neo QLED para 2025, trazendo um modelo de 8K que promete transformar qualquer sala de estar em um verdadeiro cinema. A redação testou um modelo de 85 polegadas, que é impressionante, e que também requer um espaço adequado para sua instalação.
A tela de grande dimensão possui um suporte que, à primeira vista, parece desproporcional. O suporte central pode fazer com que a tela se mova com o toque, criando a preocupação de que um descuido possa derrubá-la. Um design com pés em cada extremidade proporcionaria mais estabilidade, e a solução mais segura seria montá-la na parede.
O ecossistema SmartThings da Samsung integra todos os aparelhos inteligentes da casa, independentemente da marca. A fabricante afirma que possui mais de 340 parceiros de outras marcas com produtos que funcionam com o sistema. Em uma apresentação anterior, a Samsung indicou que conseguiu atrair aproximadamente 369 milhões de usuários entre 2014 e 2025.
Com a capacidade de controlar os dispositivos pelo televisor, é possível visualizar todas as lâmpadas inteligentes conectadas, monitorar os passos do aspirador e saber quem chamou à porta, tudo sem sair do sofá. O ecossistema também opera fora de casa; através do celular, é viável acessar o televisor, abrir portas com fechaduras eletrônicas e acessar câmeras de segurança, agindo como um hub inteligente.
As smart TVs, como o modelo da Samsung, oferecem acesso a várias aplicações diretamente na tela. Isto inclui serviços de streaming como o Netflix e Prime, além de operadoras como MEO e Vodafone. A conexão direta aos serviços das operadoras, através das aplicações, demonstrou oferecer uma melhora significativa na qualidade de imagem e som em comparação com o uso de caixas convencionais. Além disso, é possível ligar diretamente ao serviço de cloud gaming da Xbox e jogar as novidades do Game Pass sem necessidade de uma consola adicional, apenas conectando um controle ao televisor.
O modelo da Samsung não apenas realiza upscaling de imagem, mas também aprimora o som. Com oito colunas calibradas pela Harman Kardon, o som é distribuído com perfeição, separando graves, médios e agudos. O sistema OTS (Object Tracking Sound) sincroniza o som com a imagem, proporcionando uma imersão maior aos espectadores durante filmes ou shows.
Para este ano, a linha foi melhorada com uma tecnologia antirreflexo Glare Free. Isso elimina a necessidade de posicionar o televisor longe de janelas ou de fechar cortinas durante o dia, pois esse modelo minimiza o reflexo das luzes, mesmo que leves sombras possam aparecer sem interferir na visualização.
Em relação às smart TVs, a Samsung enfatiza suas redes neurais que alimentam a aprendizagem do modelo. Não depende apenas de uma rede neural, mas utiliza até 768 redes neurais, o que resulta em performance e velocidade superiores na capacidade de processamento de inteligência artificial. Na prática, isso beneficia não só a qualidade de imagem e som, mas também a interação com o usuário, além de aprimorar a experiência de jogos em cloud.
O controle remoto deste televisor é um dos destaques, cada vez mais minimalista, contendo apenas botões essenciais. Ele inclui acessos diretos a plataformas de streaming como Netflix e Prime, bem como um botão de energia e controle de volume. O controle também possui um microfone para navegação por voz, respondendo às solicitações do usuário com o comando “Hey, Bixby.”
Este controle remoto tem uma bateria interna que pode ser carregada via USB-C, energia solar ou iluminação, devido a um sensor na parte traseira. Além disso, um dínamo dentro do controle capta energia das ondas de rádio, tornando difícil que ele fique sem bateria.
Uma questão comum é a do “e se perdermos o controle?”. O design minimalista dos televisores resulta na ausência de botões físicos; há apenas um botão de emergência com o logotipo da Samsung. Ele permite desligar o aparelho ou navegar pelos menus, mas não substitui a funcionalidade completa do controle. O ideal é não perder o controle ou ter um smartphone Samsung, uma vez que o aplicativo de TV oferece funcionalidades mais completas.
O modelo tem todas as conexões na parte traseira, incluindo quatro entradas HDMI e duas USB-A, com a Samsung afirmando que é possível conectar dispositivos compatíveis via wireless através do sistema One Connect Wireless, funcionando até 10 metros de distância.
O televisor da Samsung é um investimento a longo prazo. Mais do que um ecrã gigante para sessões de cinema em casa ou jogos imersivos, ele serve como um hub central para casas inteligentes. A resolução 8K pode parecer excessiva atualmente, mas é um passo em direção a um futuro onde serviços de streaming e jogos irão explorar essa tecnologia. É importante considerar que essa tecnologia tem um preço elevado e requer um ambiente com, pelo menos, quatro metros de distância para uma visualização eficaz, custando cerca de 5 mil euros.