MADRID 19 Nov. (EUROPA PRESS) –
A TAP Air Portugal registrou um lucro líquido de 55,2 milhões de euros entre janeiro e setembro, uma queda de 35,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com um comunicado emitido esta quarta-feira, dia em que também foi anunciado que a Air France apresentou uma proposta de interesse para adquirir 44,9% do capital da companhia portuguesa.
O CEO do grupo, Ben Smith, confirmou isso em uma entrevista por telefone, segundo ‘Bloomberg’, afirmando que sua oferta preservaria a marca TAP, manteria Lisboa como centro de operações e continuaria investindo em sua rede “com todas as ferramentas que temos”.
Atualmente, a disputa pela empresa portuguesa está em uma primeira fase, cuja data limite para a apresentação de propostas das empresas interessadas é 22 de novembro.
Em relação às condições, o governo português estabeleceu que os licitantes devem ser companhias aéreas ou grupos de companhias aéreas com receitas anuais de pelo menos 5.000 milhões de euros em um dos últimos três anos. Além disso, dos 49,9% das ações que estão à venda, 5% serão reservados em primeiro lugar para os trabalhadores da TAP.
Quanto a outro candidato a adquirir a TAP, após apresentar resultados recentemente, o CEO da IAG, Luis Gallego, considerou que a operação “faz sentido” tanto para o ‘holding’ de companhias aéreas quanto para a companhia lusitana.
Retornando aos resultados, as receitas operacionais da companhia aérea portuguesa alcançaram 3.281,3 milhões de euros até setembro, o que representa um aumento de 0,5% em relação ao ano anterior, enquanto o resultado bruto de exploração (Ebitda) recorrente foi de 592 milhões de euros, com uma margem de 18%, embora esse número seja 11% inferior ao do exercício anterior.
Durante os primeiros nove meses, a companhia transportou um total de 12,7 milhões de passageiros, um aumento de 2,9% em comparação com 2024, com altas de 0,7% no número de voos operados e de 3% na capacidade.
Por outro lado, os custos operacionais recorrentes aumentaram 4,3%, totalizando 3.054 milhões de euros, impulsionados por maiores custos com pessoal (+5,1%) e materiais, embora parcialmente compensados pela redução nos custos de combustível.
Em 30 de setembro de 2025, a TAP apresentava uma sólida posição de liquidez de 1.025,6 milhões de euros, um aumento de 373,9 milhões de euros em comparação com 31 de dezembro de 2024.
O CEO da TAP, Luís Rodrigues, destacou que este verão foi um dos “mais ativos dos últimos anos”, embora tenha admitido também que “foi um dos mais difíceis, marcado por persistentes pressões competitivas e interrupções operacionais; como greves, principalmente na área de handling”.
De cara para o fechamento do ano, a companhia também anticipa reservas sólidas para o quarto trimestre, ligeiramente superiores às do ano anterior, apesar da pressão competitiva nos principais mercados.
Apesar dos atrasos na entrega de aeronaves e em toda a cadeia de suprimentos, a estratégia de modernização da frota da TAP continua seu curso, com a entrega prevista de um avião Airbus neo no final do ano, o que “contribuirá para uma operação mais eficiente e sustentável”.
Nesse contexto, Rodrigues acrescentou que, apesar dos desafios operacionais e da pressão competitiva, a companhia aérea mantém seu foco na transformação para se tornar uma empresa “sustentavelmente lucrativa e atraente”.
