O presidente da Ucrânia recebeu oficialmente um plano preliminar dos Estados Unidos que, segundo a avaliação americana, poderá revitalizar a diplomacia, conforme declarou o gabinete presidencial numa mensagem publicada na rede social Telegram.
A Ucrânia confirmou ter recebido um “plano preliminar” dos Estados Unidos para acabar com a guerra com a Rússia, afirmando estar pronta para colaborar de forma construtiva com Washington, indicou hoje a presidência ucraniana.
O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, planeja discutir nos próximos dias “as opções diplomáticas disponíveis e os principais pontos necessários para a paz” com seu homólogo americano, Donald Trump, como mencionado na mesma mensagem.
“Estamos prontos para trabalhar de forma construtiva com o lado americano e nossos parceiros na Europa e no mundo em busca da paz”, acrescentou.
Zelensky tem uma reunião agendada para hoje em Kiev com representantes do Pentágono, segundo as autoridades ucranianas.
A reunião ocorre após a visita do líder ucraniano à Turquia na quarta-feira, onde esperava que Washington reativasse as conversas de paz. No entanto, o enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, que supostamente discutiu o plano americano com o Kremlin, não compareceu.
Diversos meios de comunicação internacionais, incluindo o portal Axios, divulgaram na quarta-feira uma proposta de 28 pontos do governo dos EUA, que implica a concessão de território ucraniano ocupado pela Rússia e a redução das forças armadas da Ucrânia para 400 mil efetivos.
Como resposta, a presidência russa comentou que a proposta americana não traz “nada de novo” em relação ao que foi discutido na cúpula entre os líderes dos Estados Unidos e da Rússia, realizada em atrássto no Alasca, apesar do Axios indicar que foi elaborada em articulação com Moscovo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, utilizou um jogo de palavras para responder evasivamente aos jornalistas que o questionaram sobre o assunto.
“Não existem hoje consultorias propriamente ditas. Os contatos, sem dúvida, existem”, afirmou.
Peskov ainda recorreu à argumentação frequentemente usada por Moscovo sobre o conflito, observando que “qualquer momento é bom para uma resolução pacífica”, desde que a solução elimine as suas “causas profundas”.
A alta representante para os Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) rejeitou hoje qualquer plano que não tenha o consentimento da Ucrânia, como país invadido, e a participação europeia, lembrando a Washington que, neste conflito, “há um claro agressor e uma vítima”.
Kaja Kallas disse, antes do início de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 em Bruxelas, que o encontro iria abordar as “notícias recentes”.
O Reino Unido, outro aliado importante de Kiev, comentou que cabe aos ucranianos decidirem seu futuro, embora partilhe o desejo do presidente americano, Donald Trump, em encontrar um fim para a guerra.
“A Rússia poderá fazê-lo amanhã, retirando suas forças e encerrando sua invasão ilegal, mas, em vez disso, [Vladimir] Putin continua a enviar uma onda de mísseis e drones para a Ucrânia, destruindo a vida de ucranianos inocentes, incluindo crianças e idosos”, afirmou um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, conforme citado pelo jornal The Guardian.
