Luís Ribeiro, administrador do Novobanco, destacou o papel dos bancos como motores de ecossistemas, apoiando projetos sustentáveis, tecnológicos e inovadores.
A banca tem um papel fundamental para proteger os depósitos dos seus clientes e considera os projetos de financiamento de uma forma global, englobando tecnologia, inovação e sustentabilidade. Esta foi uma das ideias centrais da intervenção de Luís Ribeiro, que participou no painel “O Financiamento da Inovação: Da ideia ao Mercado”, realizado no Técnico Innovation Center, em parceria com o Novobanco.
“Os bancos dinamizam ecossistemas e criam condições para que cresçam na cadeia adequada”, afirma Luís Ribeiro. O administrador também sublinhou que a sociedade enfrenta desafios claros: a transformação tecnológica, essencial para a sobrevivência das empresas, a evolução no comportamento dos consumidores — que, há 20 anos, eram os bancos que procuravam conhecer os perfis dos clientes — e a experiência do usuário. “A posse já não é tão importante, mas sim a utilização e usufruto. Isso se aplica a um banco e a qualquer outro setor de atividade”.
Neste debate sobre sustentabilidade e inovação, Luís Ribeiro enfatizou que não é suficiente adotar práticas verdes de forma superficial. “Não vale a pena fazer projetos sustentáveis apenas por serem sustentáveis. A tecnologia traz novos modelos de negócio”, afirmou, citando o exemplo dos AirPods da Apple, que oferecem tradução simultânea.
Luís Ribeiro elogiou também o tecido empresarial português. “Temos excelentes exemplos em setores como vidros, cerâmica e agricultura, que têm elevada adoção tecnológica. Hoje, através dos bancos, existe uma capacidade evidente de apoio à inovação tecnológica.” O administrador explicou ainda que o Novobanco financia apenas projetos que são “verdadeiramente sustentáveis”, destacando, por exemplo, o setor imobiliário.
Ao abordar a competitividade entre continentes, chamou a atenção para os desafios regulatórios que impactam a economia global. “Quando se fala da produtividade entre os EUA e a Europa, a diferença está na tecnologia e na inovação.” Ninguém, ressalta, “quer um mercado onde as regras não são claras, mas a complexidade regulatória não traz transparência aos agentes econômicos”.
Sobre a sustentabilidade e a forma como o tema é tratado, Luís Ribeiro explicou as iniciativas do próprio banco. “Mudámos a nossa sede para o Tagus Park, adotando tecnologia integrada. Consumimos apenas energia verde, promovemos a eletrificação da nossa frota (com 150 carregadores elétricos) e renovámos as nossas agências em Portugal com materiais sustentáveis e nacionais. Eliminámos o uso de papel e toda a comunicação do banco é digital”, compartilha. Ele acrescenta que o objetivo de reduzir as emissões em 52% até 2030 já foi superado, alcançando atualmente uma redução de 58%.
