O ministro da Economia e Coesão Territorial, Castro Almeida, antecipou esta quarta-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Portugal deverá aproximar-se da média europeia em 20 anos.
Durante a inauguração de uma fábrica de barcos de luxo em Aveiro, Castro Almeida mencionou que Portugal deverá alcançar quase três pontos percentuais da média europeia nos próximos três anos, de acordo com as projeções do Banco de Portugal divulgadas na terça-feira.
“Se as projeções do Banco de Portugal estiverem corretas, em três anos vamos nos aproximar da média da União Europeia em quase três pontos percentuais. Isso significaria passar de 82% da média do rendimento per capita que tivemos no ano passado para 85% da média de rendimento per capita”, afirmou o ministro.
Com base nestes dados, Castro Almeida prevê que serão necessários mais 20 anos para que o país atinja a média europeia.
“Eu confesso que já ficaria muito feliz, mas também não gostaria de morrer sem ver o meu país na média dos rendimentos da União Europeia. Já não peço mais, gostaria apenas de chegar a 100% da média europeia. Acredito que este é um bom objetivo para nós alcançarmos como país”, destacou.
O governante fez estas declarações durante a cerimônia de inauguração da nova unidade industrial do Catana Group Portugal, em Aveiro, que representa um investimento de cerca de 40,7 milhões de euros, com uma participação do Estado de pouco mais de 10%.
Castro Almeida comentou que empresas como a Catana Group escolhem Portugal pela sua estabilidade sociopolítica, pelo ambiente de negócios favorável e pelas boas condições macroeconômicas que o país oferece atualmente.
“Quando ligamos as televisões, vemos tantas desgraças, acidentes e discussões, que até esquecemos que Portugal está a crescer acima da média europeia, a inflação está controlada, o desemprego quase não existe e Portugal tem contas públicas equilibradas, o que é uma enorme vantagem em relação a outros parceiros”, observou.
O ministro mencionou ainda que esses resultados “refletem uma política econômica responsável, mas também o aumento da competitividade das empresas, porque são essas empresas que vão impulsionar o crescimento econômico”.
Na mesma ocasião, o presidente do grupo francês, Aurélien Poncin, expressou surpresa com a rapidez com que o projeto foi realizado.
“Tenho que dizer que estou surpreso com quão atrativo Portugal é para uma nova aventura. Dois anos para comprar os terrenos e construir uma fábrica de 25 mil metros quadrados é incrível. Na França, um projeto como esse levaria cinco ou seis anos para sair do chão”, disse.
A Catana Group Portugal, que atualmente possui 138 colaboradores, prevê ultrapassar os 500 trabalhadores em um período de quatro a cinco anos. Em termos de capacidade de produção, o objetivo é alcançar mais de 300 embarcações por ano no mesmo intervalo de tempo.
A nova unidade inaugurada na quarta-feira ocupa uma área de cerca de sete hectares no terminal Sul do Porto de Aveiro e possui ainda um cais de acostagem com cerca de meio hectare.