A Evolução Rápida da IA: Descobrindo Seu Potencial Inicial

A Evolução Rápida da IA: Descobrindo Seu Potencial Inicial

As empresas continuam a investir em tecnologia para aprimorar seus processos, com setores como tecnologia, farmacêutico e automotivo na vanguarda dessa transformação.

A tecnologia está revolucionando e se tornando um motor essencial para as organizações, mas ainda existem incertezas sobre seu potencial máximo. As empresas buscam soluções de procurement mais estratégicas, evidenciando que essa área deixou de ser meramente administrativa e se tornou central na criação de valor, conforme dados da consultoria Inverto, do grupo BCG.

A BCG, uma consultoria com mais de 60 anos de história e presença em mais de 50 países, conversou com o JE para entender como as empresas estão adotando essa tecnologia e qual o seu impacto. Manuel Berlanga Diaz, diretor administrativo da INVERTO, uma empresa da BCG, explicou que a tecnologia não é utilizada apenas para automatizar processos, mas também para “melhorar a tomada de decisão, gerenciar riscos com fornecedores e reforçar o planejamento preditivo”.

O nível de adoção varia bastante entre os setores. Indústrias como tecnologia, farmacêutica e automotiva estão claramente na frente, enquanto outras permanecem em fases iniciais. Embora a maioria das empresas reconheça o potencial da IA, a maturidade depende fortemente da qualidade dos dados, do comprometimento das lideranças e da criação de uma cultura digital integrada.

Líderes estão utilizando essa tecnologia não apenas para automatizar processos, mas também para aprimorar a tomada de decisões, gerenciar riscos com fornecedores e reforçar o planejamento preditivo.

Setores de serviços profissionais, como TI, jurídico e recrutamento, já estão reformulando seus modelos de entrega com a IA. Os líderes de procurement têm uma oportunidade concreta: ao avaliar a maturidade dos fornecedores e renegociar termos, podem capturar ganhos de eficiência de seus parceiros e traduzi-los em economias significativas em várias categorias.

Estudos recentes do BCG Henderson Institute indicam um potencial de redução de custos de até 45% nos próximos três anos.

Na maioria das empresas, a adoção ainda está em uma fase inicial: projetos piloto, provas de conceito e experimentação. Apenas alguns líderes conseguiram escalar o uso da IA de forma abrangente nas operações de procurement e supply chain.

Um estudo recente da BCG, intitulado “The Widening AI Value Gap” (2025), que envolveu mais de 1.250 empresas globalmente, revelou que 60% ainda relatam pouco ou nenhum valor proveniente da IA, enquanto apenas 5% — denominadas “future-built firms” — conseguem gerar valor em escala. Essas empresas apresentam, em média, cinco vezes mais crescimento de receita e três vezes mais redução de custos em comparação a seus concorrentes.

O sucesso na adoção da IA depende de três fatores fundamentais: dados harmonizados, governança clara e taxonomias robustas. Quando os sistemas são fragmentados, o progresso é naturalmente mais lento. Uma boa prática é realizar um diagnóstico rápido de preparação, avaliando a taxonomia, qualidade dos dados, fluxos de trabalho, acesso a modelos e mecanismos de controle. A partir daí, é possível fortalecer os pilares mais frágeis antes de escalar a implementação.

Na área de procurement, a IA já está permitindo a automação de análises de dados, identificação de oportunidades de economia e previsão de riscos como faltas de fornecedores. No supply chain, ajuda a otimizar o planejamento da demanda, simular cenários alternativos e intensificar a colaboração com fornecedores.

O fato de a IA conseguir estruturar rapidamente grandes volumes de dados não estruturados de fornecedores possibilita negociações mais rápidas e embasadas. Os ganhos de produtividade variam entre 10% a 20% em toda a organização e até 70% em tarefas específicas, resultando em significativas reduções de custos em poucos meses.

A relação comprador-fornecedor é central: à medida que os fornecedores adotam IA para diminuir seus próprios custos operacionais, o procurement pode renegociar contratos e redesenhar estratégias de sourcing para garantir que esses ganhos sejam transferidos para a empresa.

Para capturar esse valor, é essencial envolver as equipes internas, criar parcerias com fornecedores e investir na capacitação dos colaboradores.

O primeiro desafio na adoção dessa tecnologia é a qualidade e transparência dos dados. Sistemas fragmentados e silos de informação impedem que o potencial da IA seja totalmente aproveitado. A solução passa por definir padrões claros, responsabilidades de governança e rotinas de verificação de qualidade.

Em segundo lugar, a governança e a gestão da mudança são essenciais, já que a IA demanda não apenas tecnologia, mas também revisão de processos e capacitação das equipes para utilizarem novas ferramentas. Isso requer uma definição clara de papéis e responsabilidades, além da revisão de rotinas.

Por fim, a confiança dos colaboradores é crucial. Para que aceitem recomendações geradas por IA, é necessário garantir a explicabilidade, auditorias e mecanismos de escalonamento. Os contratos com fornecedores também devem incluir cláusulas referentes à maturidade em IA, uso responsável de dados e conformidade regulatória.

As capacidades da IA estão se desenvolvendo rapidamente, e já começamos a visualizar soluções robustas sendo criadas com e para nossos clientes, que demonstram valor tangível — embora, em muitas empresas, ainda estejam em fase piloto ou de implementação inicial.

Entretanto, ao considerar o potencial total da IA — como agentes autônomos, suporte a decisões em múltiplas etapas ou plataformas colaborativas com fornecedores — ainda estamos em um estágio inicial.

Estudos da BCG mostram que cerca de 70% do valor potencial da IA reside em funções core do negócio e não em funções de suporte, tornando procurement e supply chain áreas naturais para aplicar essa tecnologia.

O desafio atrásra não é provar que a IA possui valor, mas sim criar as condições necessárias para escalar as aplicações mais promissoras em toda a organização — algo que já estamos ajudando várias empresas a implementar.

O próximo estágio na evolução da IA para procurement será a “Agentic AI” — agentes e plataformas cada vez mais especializados, capazes de executar tarefas em múltiplas etapas sob supervisão humana. A BCG estima que esses agentes representam atualmente 17% da criação de valor da IA e que esse número quase dobrará até 2028.

Não existem limites para o potencial da IA — o impacto dependerá de quão bem as empresas conseguirem integrá-la em seus processos, dados e políticas internas.

Os custos estão diminuindo devido ao crescente acesso a soluções cloud. Muitas empresas começam por ferramentas SaaS de produtividade, com um custo anual de cerca de 450 a 650 euros por colaborador — soluções que normalmente se pagam rapidamente com ganhos de eficiência e economia de tempo. Investimentos maiores, como integrações via API ou soluções self-hosted, demandam um investimento inicial mais alto, mas proporcionam maior personalização, integração com sistemas internos e controle de dados.

Vale ressaltar que os custos de licenciamento representam apenas uma parte do investimento total. As empresas devem considerar três blocos principais: tecnologia — integração e manutenção das ferramentas; dados — limpeza, harmonização e controle de qualidade; e pessoas — capacitação, gerenciamento da mudança e construção de confiança nas decisões suportadas por IA.

A melhor abordagem é começar pequeno — por exemplo, testando uma solução SaaS em um fluxo específico — e escalar à medida que os resultados se tornam claros. No procurement, os benefícios geralmente emergem entre 6 e 18 meses, com decisões mais ágeis, contratos mais eficientes e melhores condições com fornecedores.

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