Após o empate sem golos entre Cruzeiro e Palmeiras na noite de domingo, na casa da equipa paulista, o treinador do clube de Belo Horizonte, Leonardo Jardim, expressou sua indignação após o apito final, direcionando críticas à arbitragem.
O técnico português, que viu a sua equipe permanecer a cinco pontos do líder da classificação, respondeu apenas a uma pergunta na entrevista rápida depois do jogo, e fez severas acusações ao árbitro Rafael Klein. Ele reclamou de uma expulsão que, segundo ele, foi ignorada em relação a Gustavo Gómez, do Palmeiras, logo aos 15 minutos, enquanto um jogador do Cruzeiro, Fabrício Bruno, foi expulso aos 71 minutos.
“Acho que várias coisas aconteceram, não vale a pena relatar, pois vocês viram. Desde o Kaiki que saiu com o lábio todo inchado e não houve paragem de jogo, qualquer lance na primeira parte tinha um jogador do adversário no chão. O Fabrício, na minha opinião, não cometeu falta nenhuma. Quem faz falta é o adversário, ele roda, bate nas pernas, e acaba com a expulsão, há dualidade de critérios”, destacou Jardim.
O treinador do Cruzeiro foi ainda mais enfático, afirmando que a experiência vivida neste jogo com o Palmeiras não é o que ele deseja para sua carreira.
“Até chegar aqui à sala, duas ou três pessoas me disseram ‘bem-vindo’ ao Brasil, mas estou tão frustrado… a alegria que tenho tido com os adeptos e o grupo fantástico que tenho no Cruzeiro me leva a pensar se vale a pena continuar, quando na verdade não somos nós que controlamos os jogos. Isto é uma balança e o peso da frustração está quase igual ao da satisfação. Vim para aproveitar o jogo, a paixão que têm pelo futebol. Não quero isso para mim, porque gosto de controlar o jogo, gosto que a responsabilidade pelos resultados em campo seja dos jogadores”, continuou, antes de compartilhar uma conversa que teve com Gabriel Barbosa no dia da partida.
“Hoje de manhã, estava com o Gabriel, e ele perguntou se o Brasil está entre as minhas cinco melhores experiências internacionais. Eu disse que não. Não estou aqui para agradar a ninguém. Enquanto um grupo de profissionais for gerido ou arbitrado por amadores, enquanto não houver campos de futebol em condições iguais, um sindicato forte para defender os interesses dos jogadores em relação ao calendário, enquanto não houver essas questões, não entraremos no top 5. Temos talento, emoção, e os adeptos mais espetaculares com quem trabalhei, mas sinceramente, não sei se tudo isso vale a pena”, concluiu.
