A primeira experiência ocorreu no ano passado, em resposta ao crescimento acentuado de alunos estrangeiros. O Governo autorizou a contratação de um mediador (com um horário parcial de 18 horas semanais) para cada 10 alunos, totalizando 287,5 mediadores distribuídos por 319 agrupamentos.
Dois meses após o início do ano letivo, as escolas já haviam contratado mais de 290 mediadores linguísticos e culturais para auxiliar na integração dos alunos estrangeiros, embora ainda houvesse vagas a serem preenchidas.
Na segunda metade do ano letivo, os mediadores contratados não puderam ter seus contratos renovados, obrigando as escolas a iniciar novos processos de recrutamento em setembro para a contratação de 310 mediadores, 23 a mais do que no ano anterior.
Em uma avaliação junto à agência Lusa, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) informou que, até o final da semana passada, já haviam sido contratados 293,5 mediadores linguísticos e culturais, incluindo aqueles em regime de tempo parcial.
“Ainda há, neste momento, 13,5 processos de seleção com candidaturas encerradas”, acrescentou a tutela, mencionando que existem mais três horários disponíveis.
Segundo o MECI, entre os anos letivos de 2018/2019 e 2024/2025, o número de alunos estrangeiros nas escolas públicas portuguesas triplicou, passando de 53 mil para 157 mil.
Nos últimos três anos letivos, 87 mil alunos migrantes ingressaram no sistema de ensino, totalizando cerca de 157 mil atualmente. Em média, as escolas têm alunos de 20 nacionalidades, quase o dobro em comparação a 2018.
A medida, que custará nove milhões de euros neste ano letivo, já havia sido elogiada no ano anterior pelos diretores, que consideraram a experiência positiva, embora breve, pois muitos iniciaram suas funções apenas em abril.
Ouvido pela agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) reiterou a importância de contar com esses profissionais nas escolas, apoiando a integração dos alunos e de suas famílias na comunidade escolar.
“As escolas públicas têm muitos alunos de origens muito diversas. Existem escolas que, embora necessitem de mediadores, não têm [porque] priorizaram escolas com maior número de alunos estrangeiros. É preciso reforçar”, defendeu Filinto Lima, enfatizando a necessidade de aumento.
Por outro lado, o representante dos diretores espera que, ao contrário do que ocorreu ao final do último ano letivo, os mediadores atrásra contratados possam ser reconduzidos.
