A indústria reuniu-se no Porto para discutir desafios, oportunidades e inteligência artificial. O setor da construção metálica cresceu duas vezes mais do que a construção convencional, com um foco acentuado na sustentabilidade.
Nos últimos 10 anos, o setor da construção metálica tem mostrado um crescimento significativo, atualmente representando 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2024, este setor valerá 6,9 mil milhões de euros.
As informações foram compartilhadas pelo presidente da Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista (CMM), Luís Simões da Silva, durante o XV Congresso de Construção Metálica Mista, que ocorreu simultaneamente com o I Congresso de Engenharia de Fachadas – organizado pela CMM, do qual o Jornal Económico foi media partner.
Luís Simões da Silva destacou que, embora o setor da construção convencional tenha apresentado um crescimento notável, “o setor da construção metálica cresceu ao dobro da velocidade, a 25% nos últimos cinco anos, enquanto o da construção convencional cresceu 13%”. Segundo dados recentes, o setor obteve um aumento de participação de mercado de 12% desde 2010.
De acordo com Luís Simões da Silva, esses dados demonstram que “as soluções com a construção metálica atendem à demanda do mercado e ajudam as empresas a lucrarem”.
Além de seu crescimento robusto, o setor é um “exportador significativo na economia nacional”, respondendo por 3,3% das exportações, o que equivale a 2,9 mil milhões de euros.
Com uma variedade de empresas, desde grandes a microempresas, distribuídas por todo o país, “a grande capacidade produtiva” do setor está concentrada no norte.
A sustentabilidade é uma preocupação primordial para o setor, uma vez que o aço é frequentemente visto como “um material pouco ecológico”. O setor está implementando processos inovadores, incluindo a redução da “emissão de 2500 kg de CO2 por tonelada de aço produzido para 50 kg de CO2 por tonelada” usando hidrogênio proveniente de fontes de energia renovável.
O presidente menciona que existem “fábricas em construção, algumas já em funcionamento, que permitirão a produção de 51 milhões de toneladas por ano através da redução direta do hidrogênio de fontes renováveis”. Estas fábricas deverão entrar em operação até 2030, o que “tornará possível a redução das emissões em 38% na Europa, ou seja, a meta de 50% de redução até 2030 será alcançada pelo setor”, afirma.
Este ano, o setor deu um passo crucial “para o desenvolvimento de soluções sustentáveis” com a criação da associação portuguesa de fachadas. Esta associação visa “reunir toda a cadeia ligada ao setor”, tendo em vista que as fachadas “representam uma percentagem muito significativa do setor da construção”, aponta o presidente da CMM. “Com esta associação, vamos tentar promover, melhorar e tornar a indústria mais competitiva”, salienta.
