Na publicação, António Costa mencionou um comunicado conjunto assinado por diversos líderes europeus, do Japão e do Canadá, que se reuniram à margem da Cimeira do G20, que está a decorrer este fim de semana em Joanesburgo, África do Sul.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, convidou os líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) para um encontro na segunda-feira à margem da Cimeira UE-UA, que se realiza em Luanda. “O trabalho continua. Convidei todos os líderes dos 27 para um encontro especial sobre a Ucrânia à margem da Cimeira UE-UA em Luanda, na segunda-feira”, referiu o responsável em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter).
No comunicado conjunto, os líderes consideraram que o plano de paz dos Estados Unidos da América “requer trabalho adicional” e que deixaria a Ucrânia vulnerável a futuros ataques. “Congratulamo-nos com os esforços contínuos dos Estados Unidos da América para alcançar a paz na Ucrânia. O esboço inicial do plano, com 28 pontos, inclui elementos importantes que serão essenciais para uma paz justa e duradoura”, afirmam os signatários.
Segundo eles, este esboço “é uma base que requer trabalho adicional” e demonstraram disponibilidade para colaborar para “uma futura paz sustentável”.
O documento é assinado pelos líderes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen e António Costa, assim como o chanceler alemão, os presidentes de França e Finlândia, e os primeiros-ministros do Reino Unido, Itália, Espanha, Países Baixos, Irlanda, Noruega, Canadá e Japão.
Os signatários afirmaram ter “uma posição clara quanto ao princípio de que as fronteiras não devem ser alteradas pela força” e expressaram “preocupações sobre as limitações propostas às Forças Armadas ucranianas”. Para os líderes, essas limitações “deixariam a Ucrânia vulnerável a ataques futuros”.
Os signatários acrescentaram que os elementos relacionados com a UE e com a NATO necessitariam do consentimento dos Estados-membros dessas instituições e sinalizaram que irão “continuar a coordenar de forma próxima com a Ucrânia e os EUA” nos próximos dias.
O plano de 28 pontos elaborado pelo Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, é visto com grande preocupação em Kiev, pois incorpora várias exigências russas importantes: a Ucrânia ceder território, aceitar uma redução do seu Exército e renunciar à adesão à NATO. Contudo, oferece a Kiev garantias de segurança do ocidente para evitar quaisquer novos ataques russos.
Donald Trump deu à Ucrânia até 27 de novembro, Dia de Ação de Graças, para responder às soluções propostas pelos norte-americanos. Em caso de rejeição por parte da Ucrânia, Putin ameaçou continuar os ganhos territoriais na frente de batalha, onde seu Exército tem a vantagem.
Diante dessa dupla pressão dos Estados Unidos e da Rússia, Zelensky também iniciou consultas com seus principais aliados na Europa.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, numa guerra que teve início em 2014 com a anexação da península da Crimeia pelos russos.
