Para o Governo, “é importante esclarecer que a taxa de rota aplicada aos Açores é a mais baixa da Europa e que a taxa de terminal se encontra entre as mais reduzidas”. A companhia aérea criticou as altas taxas aeroportuárias definidas pela ANA e a inação do Governo português.
Na sequência do comunicado da Ryanair sobre o alegado impacto das taxas aeroportuárias no encerramento da sua operação nos Açores, o Governo expressou a sua surpresa face às declarações da companhia aérea.
A Ryanair anunciou, nesta quinta-feira, que vai cancelar todos os voos com origem ou destino para os Açores a partir de 29 de março de 2026. A companhia aérea criticou as elevadas taxas aeroportuárias definidas pela ANA e a inação do Governo, que “aumentou as taxas de navegação aérea em 120% após a Covid e introduziu uma taxa de viagem de 2 euros, enquanto outros Estados da UE estão a abolir taxas de viagem para garantir o crescimento da capacidade, que é escassa”.
O Governo reiterou que “é importante esclarecer que a taxa de rota aplicada aos Açores é a mais baixa da Europa e que a taxa de terminal se encontra entre as mais reduzidas”. “As taxas de navegação aérea, cobradas pela NAV e que incluem a taxa de rota e de terminal, são calculadas de acordo com um mecanismo definido pela EUROCONTROL, comum a todos os Estados-Membros, e resultam diretamente dos custos operacionais e, de forma geral, do volume de tráfego. É importante notar que a taxa de terminal tem apresentado uma trajetória descendente desde 2023, passando de aproximadamente 180 euros para os atuais 163 euros”, salientou.
Em relação às taxas cobradas pela ANA – Aeroportos de Portugal, o executivo afirmou que “é relevante mencionar que a proposta de taxas reguladas para 2026 não prevê qualquer aumento em relação a 2025, mantendo-se nos 8,14 euros por passageiro desde 2024, o que coloca Portugal entre os países com taxas aeroportuárias mais competitivas da Europa”.
“Por fim, lembramos que a Ryanair sempre contou com apoio e valorização por parte do país à sua operação nos Açores, o que refletiu em dezenas de milhões de euros em incentivos ao tráfego atribuídos ao longo dos últimos anos através de diversos programas, demonstrando o empenho contínuo na promoção da conectividade aérea da Região Autónoma”, destacou o Governo.
O executivo acrescentou que “o conteúdo do comunicado da Ryanair não pode ser considerado condizente com o crescimento do turismo, com as taxas praticadas ou com os apoios atribuídos a esta companhia ao longo dos últimos anos”, afirmou ainda o Ministério das Infraestruturas.
A ANA – Aeroportos de Portugal também já reagiu, considerando que o anúncio da Ryanair é uma “surpresa”, revelando que “as recentes conversas” estavam “orientadas no sentido de aumentar, e não reduzir”, a oferta.
