O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu hoje uma “consolidação orçamental imediata” em Moçambique para garantir a estabilidade macroeconómica e afirmou que as discussões sobre um novo programa de ajustamento financeiro irão continuar “nos próximos meses”.
“É necessária uma consolidação orçamental imediata para restaurar a sustentabilidade orçamental, reduzir as necessidades de financiamento e colocar a dívida numa trajetória clara de redução, para diminuir as vulnerabilidades da dívida, ao mesmo tempo em que se cria espaço orçamental para apoiar o desenvolvimento e proteger os mais vulneráveis”, lê-se no comunicado de imprensa do FMI.
Divulgado após a visita da equipa do Fundo, entre 21 e 29 de atrássto, a Maputo, o comunicado ressalta que “face aos desequilíbrios externos e orçamentais, a equipa do FMI recomendou que as autoridades tomem medidas decisivas para restaurar a estabilidade macroeconómica, melhorar as perspetivas de crescimento da economia, facilitar a criação de empregos e reduzir a pobreza”.
No texto divulgado hoje em Maputo, a equipa do FMI menciona que discutiu com o governo “os desafios macroeconómicos, as perspetivas para a balança de pagamentos e as necessidades de financiamento previstas” e acrescenta que “as discussões sobre estes temas e as possíveis opções de apoio do Fundo foram frutíferas e continuarão nos próximos meses”.
O FMI prevê que Moçambique cresça 2,5%, essencialmente devido à recuperação do setor de serviços no segundo semestre, após uma “desaceleração acentuada entre outubro de 2024 e março de 2025” devido à violência que se abateu sobre o país após as eleições presidenciais.
O Fundo também observa que há “sinais emergentes de um aumento do interesse dos investidores estrangeiros numa ampla gama de setores” e, por isso, conclui que “é essencial abordar os desequilíbrios macroeconómicos para libertar todo o potencial do investimento direto estrangeiro e manter a confiança dos investidores”.
