A faturação da Baidu, considerada a Google chinesa, sofreu no segundo trimestre a maior queda desde 2022 devido à desaceleração económica no país asiático e à forte concorrência chinesa na área da inteligência artificial (IA).
A tecnológica anunciou que a receita caiu 4% face ao ano anterior, para o equivalente a aproximadamente 4.567 milhões de dólares (cerca de 3.920 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).
De acordo com cálculos da Bloomberg, esta é a maior queda em quase três anos.
Face à pressão das redes sociais de vídeo como a Xiaohongshu e a Douyin — a versão chinesa do TikTok — sobre os seus negócios tradicionais de pesquisa na Internet, a Baidu está a apostar na IA generativa, na qual o seu modelo Ernie é confrontado com rivais de código aberto como a DeepSeek ou conglomerados com maior presença global e força financeira, como a Alibaba e a Tencent.
Prova disso é que, até à data em 2025, as suas ações subiram 5,3%, muito abaixo da Tencent (+42,4%) e da Alibaba (+43,5%), que surfaram na onda bolsista desencadeada pela ascensão dos modelos de IA chineses após o surgimento global do DeepSeek no início do ano.
O Ernie Bot da Baidu foi um dos primeiros ‘chatbots’ [programa de conversação] lançados a nível global após o sucesso inicial do ChatGPT americano, mas a concorrência que surgiu desde então e forçou a empresa tecnológica a abandonar o seu modelo de subscrição e a tornar os seus modelos de código aberto.
A Baidu fechou recentemente acordos com plataformas como a Uber, para levar estes serviços até ao resto da Ásia e Médio Oriente, e com a Lyft, para lançar os seus táxis de condução autónoma na Europa, a partir do próximo ano no Reino Unido e na Alemanha.
