MADRI 21 de outubro. (EUROPA PRESS) –
O Governo de Portugal reconheceu nesta terça-feira a existência de “lacunas” na supervisão de funiculares, como o que sofreu um acidente no início de setembro em Lisboa, resultando em 16 mortes e cerca de 20 feridos. Além disso, informou que já está trabalhando em uma nova legislação que estará pronta em “algumas semanas”.
O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto, afirmou que essas “lacunas” foram identificadas pelo Governo após a consumação da “tragédia” no funicular da Gloria e explicou que “é um vazio provocado por uma diretiva europeia transposta, que, embora bem feita, se prolongou por muito tempo”.
Pinto lamentou que uma “tragédia” como esta tenha sido necessária para alertar sobre essa situação, mas defendeu a ação do Governo, que agiu “imediatamente” sem aguardar o relatório da Oficina de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários (GPIAAF), publicado nesta segunda-feira.
De acordo com o documento, “o cabo instalado não atendia às especificações” da empresa Carris, que opera o funicular, e não estava “certificado para uso em instalações de transporte de passageiros”. Além disso, não era adequado para elos giratórios em suas extremidades, como é o sistema do funicular da Gloria.
No entanto, Pinto também apontou que em casos anteriores foram utilizados cabos idênticos sem incidentes, portanto não se pode concluir que o uso desse tipo de cabo “influiu na ruptura”, uma vez que “outros fatores também intervieram”.
O cabo que unia as duas cabines, permitindo seu movimento através de um mecanismo de contrapeso, quebrou no dia 3 de setembro por volta das 18:00 horas (hora local), provocando a derrocada do funicular e resultando na morte de 16 pessoas de oito países, além de cerca de 20 feridos.
